Bolsonaro ensaia autogolpe e militares falam em guerra civil
Presidente deu ultimato no Supremo: “Acabou, porra”.
Bolsonaro deixou claro que não irá tolerar constrangimentos contra aliados, a exemplo da operação da Polícia Federal que apreendeu celulares e computadores de empresários e blogueiros bolsonaristas acusados de disseminar fake news.
Bolsonaro não está sozinho nos ataques ao STF.
Seu ministro-chefe do GSI, general Heleno, assustou o país ao citar “consequências imprevisíveis” para o Brasil caso o ministro Celso de Mello decidisse apreender os celulares de Bolsonaro e do filho 01 do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro.
Foi a senha para generais da reserva subirem ainda mais o tom: “Faltam a ministros, não todos, do stf, nobreza, decência, dignidade, honra, patriotismo e senso de justiça”, escreveram em nota, avisando que medidas contra o presidente podem levar a “grave risco de crise institucional com desfecho imprevisível, quiçá, na pior hipótese, guerra civil”.
Outro filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro esclareceu do que as ameaças se tratam: “não se enganem: quando chegar ao ponto em que o presidente não tiver mais saída e for necessária uma medida enérgica, ele é que será taxado como ditador”.
Na sequência, avisou que é um caminho sem volta.
“Entendo quem tem uma postura mais moderada pra não chegar um momento de ruptura, um momento de cisão ainda maior, eu entendo. Mas falando bem abertamente, opinião de Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opinião de se, mas sim de quando isso vai ocorrer. E não se engane, as pessoas discutem isso. Porque a gente estuda história, a gente sabe que ela se repete.
O deputado está certo. A história se repete.
Se o Brasil caminhar para um autogolpe, não será a primeira vez.
Em 1937, o então presidente Getulio Vargas, que havia sido eleito democraticamente decidiu dar um autogolpe, dissolvendo o Congresso Nacional. O motivo? Combater a “ameaça do comunismo”.
Como sempre, a intervenção era para durar poucos meses. Mas a ditadura do Estado Novo durou oito anos. Estamos prestes a viver de novo esse capítulo na história brasileira?